domingo, 9 de maio de 2010

pela metade (diasfriosparte5)

Tenho gostado de sentir minhas lágrimas tristes rolarem. É, é mesmo antagônico e depressivo demais.
Parece que eu tenho gostado de sofrer. É como se somente assim eu pudesse encontrar um sentido para tudo, como se isso me completasse de certa forma. Essa tem sido minha única saída, aparentemente.
Afinal, se não existirem minhas frustrações e decepções, que mais haverá aqui por dentro? Vazio não quero ter. Não quero um poço sem fundo em mim.
Acho que prefiro não segurar choro, não enxugar as lágrimas, e deixá-las caírem. Todas elas.

Não quero ser triste. Quero voltar a ter ao menos um pouco do brilho que eu tinha guardado no peito. Mas tudo está ofuscado. Meus olhos embaçam de novo. Meu brilho sumiu...
Pausa.

O que é a minha paz, afinal? Amor? Sonhos?
Eu tenho vários tipos de amor, eu amo de várias maneiras. Mas falta algo... Provavelmente aquele amor, que está em algum lugar por aí, que move tudo ao nosso redor, e que eu nunca senti de verdade. Eu sinto falta dele; por mais estranho que isso seja, sinto saudade desse amor que nunca tive.

Terrível. Esperar por algo imprevisível. Mais um tempo cheia de sentimentos tristes. Mais lágrimas que preenchem um buraco escuro.

Meus sonhos continuam aqui, no vazio imenso. Tenho metade da paz, porque os sonhos me confortam algumas vezes. Porém, outras tantas, eles me frustram mais e a paz perde a disputa com o espaço triste que tenho. O vazio vai tomando conta, me preenchendo, juntamente com um pouco mais de tristeza.
É um ciclo que vem me atormentando?


Nada nunca será completamente bom, eu já sabia disso. Mas eu quero um coração menos apertado.
Quero ter o que me complete, mas não qualquer sentimento. Não quero que essa seja a tal saída para que eu me sinta preenchida.
Eu quero um complemento bom de verdade aqui dentro. Quero (e preciso de) uma porta principal e não uma de emergência.
Só isso.


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