segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ainda é janeiro

No fundo, a gente sempre espera dos outros. Não precisa ser muito "no fundo", na verdade. Pode ser mais superficialmente. Não tem jeito: às vezes queremos troca, encontro real. Talvez eu espere demais, fique presa ao tempo-espaço de um acontecimento ultrapassado, que não passa dentro de mim. É sempre assim. Sou escrava do tempo dos ponteiros reais e do meu tempo também, que tem um "tic-tac" muito mais comprido, que às vezes para, como agora. Meu relógio parece estar quebrado. Eu aguardo... o mundo e a vida dão mil voltas. E a esperança surge, junto com o passar cronológico, e com o meu parado tempo. 
Por conta desse tudo-nada, eu não sei viver um dia de cada vez, não sei viver o hoje sem me preocupar com o amanhã. Eu sempre espero. Quero possuir o tempo, mas é ele que me possui, passa por mim enquanto aguardo e renovo as expectativas ainda mais, por cada vez menos. 
Eu tenho medo de ficar para sempre nesse descompasso. Por causa da espera e da esperança. Pelo outro? Pelo (im)previsível? Por nada.
Talvez eu perca muito mais além do tempo, esperando tanto... e recebendo tão pouco.