segunda-feira, 29 de junho de 2009

medo de sumir

Medo de envelhecer...
Deixar de ser quem sou hoje, por causa das futuras preocupações.
Tenho medo de que minha alma envelheça mais do que deve e eu perca meus ideais de vida atuais...
Perder meu espírito jovem.

Tenho medo de continuar jovem e parecer ridícula.

Não queria ter de perder o brilho nos olhos e a sensação de liberdade.

domingo, 28 de junho de 2009

tempotempé

Não me lembro de todos os lugares por onde passei, mas meu pé leva os sinais do tempo. Ele não é mais macio e liso como antes, e, às vezes, parece carregar um peso maior do que meu corpo. Talvez seja o peso da alma quando está cansada ou triste demais... Talvez seja quando o peso do mundo está em meus ombros.

Perdas e danos

Eu ainda tinha alguma esperança de que tudo acabasse bem. No fundo, eu sabia que estava me "iludindo"... Mas não havia mais nada que eu pudesse fazer, além de esperar... Eu só não queria esperar pelo pior! Então, depois de perceber que não adiantava me revoltar pelo que aconteceu, tentei me convencer de que algum milagre aconteceria e pronto.
Por que não foi assim?! Por que ter tanta fé e esperança se no final vem o pior? Por que... Por quê?
Eu sei que o fim não é necessariamente ruim, afinal ninguém tem a certeza de para onde vamos e no que nos tornaremos depois... Entretanto, não é sempre bom viver?
Não, não é.
Acho que, provavelmente, não seja possível cessar todos os sofrimentos enquanto se vive... Talvez o melhor mesmo seja partir, para ficar bem, sem dor, em paz.
Mas... E nós, que continuamos aqui? E a nossa dor? Eu sei, um dia ela diminui, é possível viver com esse tipo de sofrimento, com essa saudade. Porém, é tão difícil aceitar.

Eu ainda não me conformei, apesar de saber que, ironicamente, foi melhor assim.

*

Eu não entendo o porquê disso, mas tive uma forte conexão com ela depois que soube da doença. E agora eu me sinto muito pior do que seria "normal" estar. Afinal, nunca houve uma proximidade real, só mesmo essa conexão estranha, que sempre existirá.

Hoje eu vi no orkut dela, como status: "ser feliz". Talvez ela esteja mais feliz agora, como anjo.


Agora me pergunto o porquê de tudo.
Voltei a questionar a vida e a morte, e isso me incomoda muito.

sábado, 27 de junho de 2009

Pós-São João.

Festas me preenchem só momentaneamente... Porque eu sei que nada disso combina comigo, que eu não tenho nada que ver com toda essa adolescência tão fútil, sem conteúdo. Sem querer parecer metida com o meu modo de ser, até porque, hoje em dia, minha "profundidade" não é assim, tão valorizada. Ela é tida como "estranheza", como se eu realmente não fosse desse mundo, desse tempo (o que eu já me convenci que é verdade mesmo)... Mas é claro que eu não vou deixar de me integrar com as pessoas que amo, simplesmente porque (quase) nada desse "mundo jovem" me completa. Eu curto com elas o máximo que posso, porque é a forma que tenho para estar próxima; e é por isso que curto do jeito delas... E, além disso, o que eu gosto dessas épocas de festa é a alegria despreocupada das pessoas; da falta de compromisso e de horário; da falta de rotina; de conhecer gente nova... Enfim, eu gosto de inovar, de ser um pouco diferente (e, assim, parecer mais normal para os padrões, e me sentir um pouquinho mais incluída).
Mas eu sinto falta do são joão de quando eu era criança, no interior... Eu acho muito mais interessante aquele velho forró pé de serra, aquela fogueira do lado de fora da casa - apesar da fumaça que fazia a asma atacar -, as portas das casas abertas, e, dentro delas, uma mesa repleta de comidas típicas que minha avó fazia. Também tinham os fogos coloridos e reluzentes, que se movimentavam de várias formas diferentes... Sempre aparecia um que eu queria testar e implorava para minha mãe comprar... Era muito divertido e tenho saudade... Também gosto desse tipo de felicidade, infantil, meio inocente... Ainda há um pouco (ou muito) disso dentro de mim.


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Lugar ideal

Vilarejo - Marisa Monte

Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

"Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for"

...

Ainda há uma esperança dentro de mim de que isso não seja uma utopia tão grande quanto parece.

vamos viver tudo que há pra viver!

O modo como via a vida tinha mudado tanto. As tardes não tinham mais o mesmo sabor...
Os panos no varal à brisa e ao sol das 17 horas não estavam dançando mais, estavam apenas balançando, num simples movimento, por causa do vento.
O céu meio rosa das 17 horas não fazia mais parte do mesmo pôr-do-sol que eu pintava em aquarela, era apenas o céu de mais um dia normal.
A rotina tomava conta de tudo. A vida se tornava automática demais. Tudo estava aqui, tão colorido, tão verdadeiro, tão vivo... E eu me esquecia de observar, de viver aquilo tudo. O mundo tão duro e frio em que vivemos me consumiu por completo.
Mas o tempo não passou ainda, e há muito para se ver, há muito para se viver... Nenhum dia é apenas mais um dia. Sempre há algo novo e especial para descobrir.
Hoje alguma coisa mudou e eu voltei a enxergar as coisas simples da vida com os mesmos olhos de antes. Decisões repentinas me tomam por completo e começo a querer seguir novos rumos para ser feliz... Minha vida real - e, ao mesmo tempo, "ideal" - está em algum lugar que eu ainda não descobri. Mas a partir de hoje, eu sei que vou encontrar esse lugar.

Eu estou indo viver agora.