quinta-feira, 30 de julho de 2009

geometria analítica entre eu e você(s)

Sei que nós estaremos sempre em espécies de retas paralelas distintas.
Estamos num mesmo plano, numa mesma direção (e muitas vezes no mesmo sentido), mas não há cruzamentos; não há pontos de encontro. Há somente distância.
Eu só fico aqui, a te observar superficialmente. Nem te ver passar eu posso; o vejo bem de longe... Vejo seus olhos, seu rosto; só. Mas não conheço o seu andar, ou seus gestos viciosos (nem sei se você os têm). Não conheço seus defeitos ou qualidades profundademente. Consigo perceber o mínimo da sua personalidade.
Eu não sei quem você é. Mas, ao mesmo tempo, sinto que nós estamos conectados de alguma forma. Ou talvez seja eu que esteja ligada a utopia que criei em torno de você.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Resoluções

Naquele dia, a realidade desmoronou na minha frente. A partir daí, voltei a me angustiar, como quando criança. Meus medos e questionamentos sobre o fim retornaram. Percebi que a vida estava indo, com o passar do tempo... As pessoas têm ido embora cada vez mais rápido, quando menos espero. E eu estou aqui, vivendo (ou seria existindo?)...
Mas o que você fará de sua vida?
É o meu começo ainda...
Eis que pude ver três pássaros voando bem perto da janela do meu quarto. Apesar da rede de proteção (por causa do gato) e das lágrimas atrapalharem, meus olhos se fixaram no voo. Em meio a um ambiente tão complicado para eles, muito longe da natureza, os pássaros pareciam felizes.
O céu estava límpido e sorria para mim, leve, quase sem nuvens, combinando perfeitamente com o voo despreocupado dos três animais. Eles iam cada vez mais rápido, indo e voltando, indo e voltando, de um lado para o outro... Passaram muito tempo assim. Em algum momento, me distraí demais e não vi quando eles foram e não voltaram mais.
A sensação de liberdade das aves me despertou para o mundo, para a vida...
Sim, o seu começo!
Decidi que quero me sentir mais realizada; que vou fazer o que eu quero, o que eu sei/sinto que me deixará feliz; que vou achar o meu lugar; que vou ter "pessoas da alma" na minha vida (aquelas, assim, especiais). Decidi que assim eu serei completa.

Sei que, para isso, eu tenho que ter coragem suficiente para me "jogar" nessa vida, mas eu decidi que vou voar o mais alto que eu poder para ser feliz.

E assim, quando o fim chegar, talvez seja mais fácil aceitar.

domingo, 12 de julho de 2009

Do you choose life? I do.

Admito: quero tudo, aqui e agora, todas as coisas ao mesmo tempo. Não me contento com "pouco", não quero perder nada, nem um instante. Um olhar, um sorriso, um gesto...
Quando ando pela rua, não consigo decidir para qual lado olhar. Se num passo olho para a esquerda, posso ter perdido a oportunidade de ver algo interessante do lado direito, na frente, ou atrás de mim. Se eu pudesse, teria vários olhos espalhados pelo corpo para ver tudo, captar todos os movimentos do mundo ao meu redor... Para observar tudo que estiver por perto.
Fico sempre confusa quando tenho vários tipos de doce no prato, por exemplo. Não sei qual como primeiro e qual como por último, porque quero deixar os dois gostos na boca.
Também fico indecisa quando tenho duas ou mais opções de programas para o fim de semana; quero estar em todos os lugares simultaneamente; quero participar de todas as conversas, saber dos detalhes...
O que mais me enlouquece é minha vontade de ser várias pessoas ao mesmo tempo, ter várias profissões e ocupações; eu me identifico com muitos estilos de vida. É como se eu tivesse muitas almas dentro de um só corpo. Ou é só porque eu sou insaciável mesmo.

Mas, enfim, ao mesmo tempo que fazemos uma escolha, estamos renunciando a alguma outra opção. E nossa jornada é "feita" através das nossas escolhas... Isso só é um pouco difícil para mim.

No fim das contas, eu acabo escolhendo viver, não importando tanto as renúncias /escolhas que cruzarem meu caminho.

Epitáfio (Titãs)

Tudo a ver comigo. É um dos "tudos"que eu guardo em mim.


Epitáfio - Titãs

"Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier..."



quinta-feira, 9 de julho de 2009

fresta de escuridão

Acho tremendamente impossível que a gente viva tudo para num "belo dia" acabar. Eu não quero, simplesmente, sumir.
Tem que haver uma continuação para isso... E é reconfortante para mim pensar que depois daqui há uma luz, há algum lugar...
Eu não queria ter de ver o que acontece, eu queria nascer sabendo. Seria muito melhor viver me preparando para o "fim". Mas como vou me preparar para o desconhecido? Como esperar pelo desconhecido tranquilamente?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Romance

...

- Então, como você acha que será?

- Nós deveremos ser especiais aos nossos olhos, e ver a alma um do outro o mais profundo possível; deveremos sentir a personalidade um do outro; ele enxergará quem eu sou mais do que todos ao meu redor, assim como eu farei... Conseguiremos desvendar os pensamentos, sonhos, sentimentos apenas olhando nos olhos um do outro...
Deveremos amar até mesmo nosso lado ruim, teremos que amar tudo o que somos.
Ele deverá abrir seu coração e fazer com que eu consiga abrir o meu também. Ele terá que me mostrar confiança e segurança, para que eu não tenha medo de me entregar e para que consigamos nos completar. E ele saberá fazer isso, porque conhecerá meus medos e complicações sem que eu precise dizer muito; ele saberá ler minha alma nas entrelinhas, interpretando-a, e eu conseguirei o mesmo... Nós conheceremos o outro mais do que a nós mesmos.
Ele deverá querer minha proteção, assim como eu vou querer a dele.
Ele vai querer ficar sempre ao meu lado, fazendo com que eu queira o mesmo. Porém, ele respeitará a minha individualidade e eu respeitarei a dele.
Ele terá que ser ele mesmo, deixando-me ser eu mesma.
Nós deveremos nos preocupar em conversar sobre nós, e sobre qualquer coisa - da mais boba à mais inteligente. E assim, teremos mais do que uma relação "carnal", iremos nos amar pela alma, através das conversas, dos gestos...
E o mundo girará a nosso favor, porque o Universo nunca conspira contra um amor assim.

- "Mas sem obstáculos o amor acaba", lembra?

- Eu ainda não cheguei nessa parte... Como eu disse, nada estará contra nós. Nem mesmo os obstáculos. Eles existirão para nos fortalecer. Nós nunca vamos "desistir de procurar uma saída, mesmo que ela não exista".

- Eu ainda não acredito num amor assim...

- Nem eu.



"O amor é uma conversa de uma alma com outra alma."

Rupturas (in)completas

Às vezes rompemos com nós mesmos, espontaneamente ou não. E então vem o desapego dos nossos hábitos e defeitos, ou até qualidades. Há qualidades que devem ser moderadas, porque elas podem ser muito boas para os outros, mas nem tanto para você; só servem para que você seja "o bonzinho".
Quando rompemos com nosso passado, recomeçamos a partir de metas, que são, muitas vezes, logo esquecidas. Porque, apesar de podermos dar rumo às nossas vidas, o destino nos prega peças e muitas vezes não agimos de acordo com o que planejamos anteriormente. E podemos até voltar a ser o que éramos antes do rompimento.
É muito difícil deixarmos de ser o que sempre fomos; é muito difícil se desapegar... Mesmo que se queira muito. O passado vai sempre estar presente (estranho, eu sei, mas é verdade); acho impossível que alguém esqueça tudo que já passou. Até porque, nós aprendemos muito na vida quando olhamos para trás e vemos nossos erros e acertos, nossas vitórias e derrotas, e o que poderíamos fazer igual ou diferente.