segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nunca sei.

"Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
(...)
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada."

(Cecília Meireles, quase eu.)

Vida sem freio.

Existir, ou seja, estar presente aqui, é o mesmo que viver? E aqueles que não vivem de verdade, porque não querem, porque não sabem, ou porque não podem? Aqueles que não têm alegrias reais da vida... Eles simplesmente existem? Estão aqui por nada e para nada?

Ainda bem que eu posso, quero e sei viver de verdade - ou tento, pelo menos.

"Existir é tão completamente fora do comum que se a consciência de existir demorasse mais de alguns segundos, nós enlouqueceríamos." (Clarice Lispector)
Quando eu paro para refletir sobre a nossa existência/vida, fico quase louca mesmo. A vida é inquestionável, indecifrável... É mesmo intrigante viver. A única certeza sobre isso é que a vida não tem freio; ela me leva, me arrasta e me cega.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Esse é o meu texto sem título

Combina comigo, algo assim, indefinido. Ama e não ama, se mostra e não se mostra, demonstra e não demonstra; é e não é. Tudo simultâneo.
E eu não sei o que fazer para ter um título, uma identidade. Sem você fica pior ainda; tudo acontece e parece não acontecer... É só um sonho, mas eu não acordo nunca. Quando isso vai parar? Você me consome e nem sabe. O mais triste é você não saber. E talvez, se você soubesse, fosse triste também.
Eu não sei o que fazer para me encontrar, para te encontrar; para ser e estar bem.

(Isso é relativamente antigo...)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Acordando.

Perdi tanto tempo de vida naquela época em que eu era cega, não via o que o mundo era de verdade... Eu não queria passar por ruas muito acidentadas da cidade, lugares com cheiros estranhos, às vezes sujos. Era assim que eu via tudo: dessa forma simplória e equivocada.
Era como se nada desses lugares tivesse algo para me acrescentar, sendo que, na verdade, eles são a mais pura forma de aprender: observando, conhecendo, vivenciando. E então poder experimentar, aceitar e tolerar... É claro que sempre aprendi um pouco, mas nunca profundamente. Nunca verdadeiramente.
Acho até que era uma visão egoísta; está certo que eu não nasci nesse "mundo" diferente, mas eu não deveria me afastar cada vez mais dele, porque é dali que eu vim, querendo ou não. Nos locais mais reais da cidade é onde a minha real cultura está. E eu não a conheço de verdade, eu não vejo as pessoas de lá, eu não as enxergo. Não as sinto. Queria poder viver mais completamente. Sentir os cheiros mais profundos, de forma intensa, e não superficial.
Eu estou tão distante, tão ignorante... Tão vazia.

Fragmentos sobre o fim e o (re)começo [3]

Saudade é recordar o que se perdeu. Perder não quer dizer que tudo se acabou, às vezes as coisas simplesmente mudam... E aí vem a saudade de como era antes. O que quero dizer é: mudar não é terminar. Mudar é recomeçar.
Muitas vezes, as renovações são impostas. Porém isso não é uma tragédia, por mais difícil que seja. Isso é só mais um obstáculo para nosso crescimento e amadurecimento; para trilharmos nosso caminho, mudando ou não de direção e/ou sentido.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fragmentos sobre o fim e o (re)começo [2]

No fundo, eu quero isso. Eu quero um "pouco" de mudança. Eu tenho medo, mas gosto do novo. Sim, eu gosto.

Será triste em muitos aspectos; será difícil. Por outro lado, será bom, de alguma forma... Às vezes é bom que as coisas mudem...
Talvez eu consiga amadurecer mais; talvez eu cresça ao me afastar da "comodidade" que o atual me proporciona.
(Eu estou tentando me convencer de que não será tão ruim assim. Isso não é um adeus. Isso não é o fim do mundo.)

E sabe aquela história de que na vida todo fim é um recomeço? Pois é... Isso é bom ou ruim?

*
Horóscopo - 20 de novembro:
O sinuoso trecho das complicações foi curto, mas tão intenso que pareceu, a certa altura, que ia durar para sempre. Porém, agora o panorama se alarga e outros ventos começam a soprar. Guarde isto na memória.

Horóscopo - 22 de novembro:
A tensão ainda é enorme, mas pelo menos sua alma consegue enxergar uma perspectiva mais ampla de manobra. Este processo já se colocou em andamento e marca um novo ritmo para os próximos meses. Assim são as coisas.