quinta-feira, 22 de agosto de 2013

quando se pode controlar, mas na verdade não se quer. há o desejo, vontade que aconteça, mas não devia acontecer. contradiz a realidade, contradiz tudo que já foi construído, tudo que já era costume e regra, e natural. devia fazer algum sentido para ser possível. mas para que simplesmente aconteça, talvez não precise ter sentido. talvez nem tudo tenha sentido nessa vida. talvez esse seja o sentido da vida. 
mas ainda me pergunto: por que viver algo certamente impossível e aparentemente insignificante? por que arriscar o presente, arriscando também o futuro, se não é só o hoje que importa?


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

resposta evidente e ao mesmo tempo confusa é o silêncio imediato. mas o tempo muitas vezes nos responde melhor a bagunça que fizemos, silenciosamente ou não, dentro de nós.
a agonia? nem sempre passa.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

nem mesmo uma foto

Eu não sei viver um dia de cada vez, não sei viver sem pensar no amanhã. 
O tempo é traiçoeiro. A vida é traiçoeira. Se for pra que eu aprenda algo, que seja com um final feliz. Não quero mais uma rasteira da vida, não sei se aguentaria.

Tentei suportar até o último segundo, mas foi uma rasteira tão forte que me fez desabar. Literalmente. Já estava na nossa frente há muito tempo. Já era real, só não era concreto. E quando se fez concreto, aquele aperto, aquele desespero, foi surpresa. A realidade se transformou em algo inacreditável, em mentira para nossos olhos, para nossos corações. Sempre desejarei que possamos mentir para a vida, para o destino ou seja lá o que for, mas não somos nós que controlamos a realidade, não medimos nosso tempo - nem o tempo de ninguém - vivendo essa realidade, somos só mediadores disso tudo.
Consigo refletir de forma diferente e mais positiva sobre a vida hoje em dia, graças a tudo. Ainda que isso seja algo forçado algumas vezes, o faço para não desabar novamente. Afinal, não estou vivendo isto sozinha, e preciso suportar porque não sou eu quem está sofrendo mais intensamente, nunca fui eu... É compreensível, já que nunca estive tão presente - mesmo podendo estar. Percebo que, depois de tudo, não encontrei conclusões muito boas em relação à mim, em relação à quem (não) fui. Eu não participei como devia do tempo que ainda restava, esquecendo que a realidade podia se tornar concreta num piscar de olhos. E foi o que aconteceu. Aí, quando o segundo passou e eu abri os olhos, parece que fui recebida com um murro forte da vida: "sinta de uma vez, perceba". Onde eu estava até aquele momento?
Eu pensava todos os dias no amanhã, mas parece que esquecia da possibilidade de viver um pouco dos "hojes" daquele tempo. Tempo que acabou de repente. Mas não tão de repente, porque no fundo eu já sabia que o final não seria feliz... Ainda assim, não aguentei a rasteira, foi uma queda muito forte e as cicatrizes ficarão para sempre. As marcas e lembranças de tudo que se passou ficarão aqui, inevitavelmente.
Queria lembrar mais flashes dos momentos bons. Queria uma foto para guardar. Queria fazer o tempo voltar.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Nada floresce aqui, nem com ajuda da chuva. Não sei mais plantar e cultivar pensamentos, não sei mais jardinar minhas ideias. Provavelmente eu nunca soube, e achava que sabia. Agora algo me bloqueia a ir adiante, a jogar minhas sementes por aí e organizá-las da melhor forma para meu jardim. 
Não sei o que aconteceu, mas o jardim não está vazio, está morto. As sementes ficam paradas em um canto, não há movimento. A vida não vem.