segunda-feira, 30 de novembro de 2009

(re)pensando 2008

Coisas que às vezes voltam ao pensamento...

Eu achei que tudo mudaria.
E realmente mudou, mas não foi exatamente da forma que pensei... Eu só achei que as coisas mudariam de lugar, que eu mudaria de lugar... E isso geraria algumas consequências imprevisíveis, eu sabia. Mas não pensei que todo aquele turbilhão aconteceria; não pensei que deixaria de lado quem eu era e as pessoas que faziam parte do "meu eu", só para "seguir" os outros... Só para participar de uma "diversão" que eu nem deveria fazer parte de verdade, porque nunca combinou comigo.
Eu não sabia que acabaria "mudando"; que eu aceitaria os hábitos ruins - na minha concepção das coisas - daquelas pessoas, e as implicâncias que eles tinham em relação às pessoas certas para mim. Eu aceitei passivamente, fiquei parada; até mesmo corri atrás da integração... Sem perceber que eu teria a integração desejada do lado certo, sem perceber que desperdicei um tempo precioso que podia ter tido com esse lado, sem perceber que eu estava no caminho "errado".

Mas eu consigo ver o lado bom disso tudo... Serviu para que eu tivesse experiências diferentes, experimentasse coisas novas; serviu para eu aprender: para eu me conhecer direito, ver o que combina ou não comigo... Analisei o que aconteceu - como as pessoas agiram e como agi... E, de alguma forma, foi bom para cada um (ou quase todos eles), que aprenderam algo importante e mudaram - um pouco, pelo menos.
O fato é que sempre dá para tirar algo bom das coisas ruins, com certeza.


Ao me conhecer um pouco melhor, eu percebi que eu demoro para enxergar um erro, para ver as coisas claramente... Apesar de eu observar bem as coisas, eu acho que demoro para notar algo ruim, talvez porque eu espero sempre o melhor das pessoas. E eu espero mesmo, é claro; eu acredito nas pessoas, acredito no melhor de muitas... Alguns acham que isso é sinal de uma bondade extrema, por eu ser ingênua demais. Mas a questão é que eu sempre analiso todos os lados de uma situação (ou talvez quase todos - aqueles que eu consigo ver). Para mim, ninguém faz algo por ser simplesmente ruim ou simplesmente bom.
Deve ser esse o problema: eu não tomo uma posição extrema, eu não julgo os erros como se fossem realmente errados. Eu tento entender as ações das pessoas... Isso não é tão ruim assim, é até muito bom. Mas eu digo ser um problema, porque eu acabo não tendo aquele "desconfiômetro". Exatamente por eu analisar tanto os fatos de uma situação, eu demoro para perceber as coisas que estão erradas.
Então, quando alguém vem me alertar de algo, eu levo tempo para tentar entender toda a história, para saber se realmente tem sentido tomar uma posição extrema. Muitas vezes tem sentido sim, muitas vezes o julgamento sobre o que me avisaram está certo. Às vezes percebo isso meio tarde... Mas eu acho que ser assim é melhor, mesmo vendo que muita coisa foi ruim para mim por causa disso.

Mais uma coisa que percebi em relação a mim é que posso ser eu mesma, não preciso ir "atrás" de ninguém... Devo ter minha individualidade, a qual eu preservo muito. Até mesmo aqueles que estão do meu "lado certo" são diferentes de mim, até mesmo eles eu não sigo. Esse é o lado que me faz bem, mas as pessoas que o compõem não são iguais a mim - nem devem ser. E é assim que é bom.

domingo, 22 de novembro de 2009

Fragmentos sobre o fim e o (re)começo [1]

Eu tenho que pôr na minha cabeça que isso não é um adeus.
Mas eu não posso me iludir com aquela história de que "nada vai mudar".
Sempre muda.
Já mudou.

Não é nada tão grave assim, mas é difícil. É uma separação, mesmo que não tão séria. É sempre complicado ser obrigado a se afastar; é sempre duro ter que mudar alguma coisa. O novo assusta, porque o que virá depois é imprevisível.

E eu não sei o que fazer, só para variar. Eu não sei o que pensar, o que sentir...
Como sempre, estou emocionalmente/mentalmente equilibrada. Mas é difícil manter essa tranquilidade, porque as emoções insistem em lutar para sair e tomar conta de tudo. Ainda não desmoronei e espero que isso não aconteça. Mas talvez seja bom desabar - um pouco - para finalmente encarar a realidade de forma mais firme (sim, porque depois da queda, eu me recupero mais fortemente).

Não sei, é difícil explicar tudo que se passa dentro e fora de mim.

Eu só espero ficar bem. Eu só espero que tudo fique bem.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um domingo qualquer

Nunca mais havia tido um domingo como aquele... Organizar coisas e a mente, fazer nada de empolgante; aquele dia sem graça, meio vazio. Um dia meio sonolento.
Voavam músicas novas e velhas, pensamentos e sonhos... Tudo que era antigo misturando-se com o novo.
Sensações boas e ruins...
Encontros e desencontros em mim, fora de mim. Dentro do quarto fechado.
Não houve lugar para a minha angústia comum de domingo, estranhamente.
Arrumar o guarda-roupa era uma boa ideia para passar o tempo e fazer aquela limpeza tão importante, mas isso eu não fiz.
Estudar também passou pela minha cabeça; física me mata. Mas eu fiz de tudo para não chegar a essa parte do dia, a parte que era realmente necessária. Preferi continuar com meu domingo sem graça a ter um tempo de estresse, com esse desgaste mental que o estudo me daria. Sinto-me burra e ignorante agora. E daí? Domingo ainda é domingo, afinal.

"Sei que às vezes uso palavras repetidas... "

Eu queria poder dizer as palavras certas, sem que parecessem repetidas, para as pessoas que amo, ou que admiro, ou que tenho algum interesse. Gostaria de saber elogiar e mostrar o sentimento, sem ser clichê.
Afinal, eu me sinto diferente e meus sentimentos parecem ser sentidos de uma forma incomum... Dá para ser diferente nisso? Dá pra dizer mais do que um "eu te amo", simples assim? Ou do que um "você é especial para mim"?... Talvez dê. Mas eu ainda não sei fazer isso...
Apesar de sentir tão intensamente as coisas, nunca sei mostrar os sentimentos puramente; não sei dizer do jeito certo, do jeito que pareça sincero de verdade. Porque o repetido parece tão falso, às vezes... Talvez eu não tenha achado uma pessoa que realmente "mereça" minhas palavras - ou gestos? - tão puras e sinceras; talvez quando eu a encontre, eu consiga dizer tais coisas - ou fazer tais gestos. Mas, pensando bem, eu acho que já achei pessoas assim... Agora sinto-me confusa.

... Mas quais são as palavras que nunca são ditas?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Há tanta vida lá fora...
















"Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle..."


Aqui dentro não há vida, ou liberdade. Muitas vezes, sinto-me assim mesmo: como se eu estivesse vivendo num 'mundo-remoto controle'.
Quero ir lá fora para enxergar o mundo.