domingo, 24 de junho de 2012

Minha vida com babalús


"(...) Seja como for, você gosta de ficar assim: lutando contra o frio, sentindo a água penetrar na sua camisa e a sensação do chão ficando fofo debaixo dos seus pés e do cheiro. Do som da água batendo nas folhas e de todas as coisas que estão nos livros que você não leu. Essa é você." 
(Minha vida sem mim)

Já é noite e ainda tô usando pijama. Mania de passar o domingo inteiro de pijama todo mundo tem, não me deixe com vergonha de contar isso pra você. Ainda por cima é feriado e tá tudo nostálgico. Mentira, apenas alguns detalhes que agora eu percebi. Acho que hoje vivi um pouquinho umas bobagens que eu tava com saudade de viver, mas às vezes a saudade vinha e eu deixava ela pra lá e ia viver outras coisas. Consegue entender? 
Hoje eu assisti um filme que tinha visto há muito tempo e foi muito bom, porque ele é simplesmente bonito de se ver e sentir. A gente fica com mensagens reflexivas na cabeça quando vê esses tipos de filme, a gente fica pensando sobre a vida. E esse filme fala exatamente sobre a vida (ou seria a morte?). Às vezes é ruim pensar demais nisso, mas de vez em quando faz bem. Depende da forma em que a gente vai pensar. A questão não é nem pensar, não é isso que quero dizer... Eu quero dizer sentir a vida, sabe?
E eu nunca mais tinha ficado um tempo em casa deitada na cama da minha mãe, conversando com ela porque ela tá querendo me ouvir e eu tô querendo falar e vice-versa - nada unilateral, sabe? Foi bonito ver o interesse da minha mãe por mim e por minha vida. Se eu pudesse ver a gente daquele jeito, como num filme, ia pensar "esse é meu filme preferido para sempre". Isso que deve ser essa coisa de sentir os momentos, né?
E um bom momento de hoje foi o jantar: eu jantei comida chinesa, que fazia algum tempo não comia. Isso me lembra minha infância, porque sempre tinha comida chinesa lá em casa e eu adorava, porque sempre fui a gulosinha. Essas horas de comida diferente são ótimas aqui: um monte de alimento a nossa frente e a gente brigando pra que ninguém termine tudo. É divertido.
Agora eu abri um bubbaloo babalú de tutti frutti e comecei a pensar mais ainda na vida. Eu nunca mais havia sentido o gosto e a textura do babalú. Taí, a gente vai vivendo e esquece de sentir o gosto e a textura de muita coisa... Não quero que a morte venha bater na minha porta pra que eu fique pensando na vida e em quantos babalús perdi, e quantos não tive... Mas acaba sendo assim. Tem jeito não. Vou vivendo do meu jeitinho mesmo. Só fico pensando: será que dá certo assim e eu fico satisfeita no fim? Alguns babalús e um pouquinho da vida, porque não dá pra ter tudo. Tudo bem assim?... Bom, a gente nunca tá satisfeito... Nem no começo, nem durante, nem no fim de nada. Né?

2 comentários:

Mari disse...

"Se eu pudesse ver a gente daquele jeito, como num filme, ia pensar 'esse é meu filme preferido para sempre'. Isso que deve ser essa coisa de sentir os momentos, né?"

Muito, muito, muito cute. Você é linda demais, eu já disse isso?

Rafaella disse...

Ah, são seus olhos! hahahaha