segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Rafaella.

"Para resolver os problemas dos outros age com muita sabedoria, já quando o problema é seu tende a sentir-se desnorteado. Isso acontece porque sente-se mais confortável em decidir as coisas sempre com a cabeça fria. Mas seu coração sempre se intromete no meio das dúvidas, e fica difícil mesmo decidir. Um bom conselho seria controlar a ansiedade nestas horas e não ter medo errar. Eis uma boa maneira de aprender."
É...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Luto

Poucas são as pessoas que eu posso dizer com convicção que se importam comigo. Hoje uma delas não está mais aqui, e agora eu sinto algo que não sei explicar... Não sei se retribuí todo o carinho e preocupação que ele demonstrava por mim e é isso que mais me angustia. Imaginar que nunca mais o verei é triste demais e é doloroso demais.
Por mais que eu diga que aprendi que devemos mostrar a importância das pessoas na nossa vida hoje, porque um dia elas não estarão mais aqui conosco, eu não aprendi totalmente. Nunca esperamos que elas vão embora. No fundo, achamos que isso nunca vai acontecer e quando acontece, desabamos.
Hoje caí na real, acho que de vez, que tudo isso um dia acaba; essa vida que levamos tão vagarosamente e displicentemente nos escapa quando menos esperamos. Ninguém espera, nem nós nem os que estão ao nosso redor.
Meu pai se fecha numa fortaleza imaginária, mentirosa e cheia de imperfeições. Sinto-me mal por ele. Não é bom sofrer assim, abafado. Fico pensando também como será quando ele se for, e quando minha mãe se for. Não consigo me ver sem eles, acho que não aguentaria.
Minha avó sempre chora e se lamenta. Um dia ela vai estar melhor, vai se acostumar, mas nunca vai ter esse aperto no peito arrancado totalmente. Eu espero que ele diminua logo, para que ela possa viver como antes.
A vida da nossa família nunca mais vai ser a mesma sem o velhinho orelhudo do dedo torto, das balas, dos discursos, dos presentes... Sem o avô preocupado com todos, que queria sempre todo mundo reunido e feliz. Aquele que sempre lutou por nossa felicidade.
Ele nos deixou, mas nos deixou com a felicidade que nos proporcionou sempre e com as virtudes que ele cultivou na nossa família. A admiração que sinto por ele hoje é muito grande, e tenho medo de que ele não saiba disso. Eu só queria ter dito mais uma vez, olhando nos olhos dele: "Vô, eu te amo."

sábado, 21 de junho de 2008

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Um belo dia você muda e já não aguenta certas coisas. Você se cansa de atitudes infantis; tenta parar de se preocupar tanto com o que os outros vão sentir se você os contrariar e fizer o que quer; você percebe que não vale a pena perder tempo discutindo por motivos estúpidos que não fazem sentido para você. Um dia você muda porque se cansa de ser como sempre foi. Você quer ser mais feliz do seu jeito, sem deixar que te digam como você tem que ser, ou te reprimam por você ser quem é.

Um dia você enjoa das pessoas e finalmente é mais você.

sábado, 7 de junho de 2008

Amigos (Vinícius de Moraes)

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
"A gente não faz amigos, reconhece-os."
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terça-feira, 22 de abril de 2008

Eu X Eu

Olá, menina-moça, como você se sente? Onde está a menininha que vivia sem planejar demais, e agia sem escrúpulos? Hoje ela tenta planejar tudo, mas não consegue fazer nada que realmente pretendia fazer. Ela sempre se questiona "por que", não é? E pensa, então: "do que adianta programar, se no final dá tudo errado?" E você quer desistir de pensar para agir, mas sabe que não pode, porque você não é mais essa menina, não é mesmo? Hoje você está confusa quanto à isso e é totalmente normal que se sinta assim. Você sabe disso. Mas por que não consegue se sentir normal?
Você já sabe que precisa, agora que não é mais menina, de mais concentração, esforço, dedicação e empenho para ser alguém nessa vida, mas você ainda está tentando se adaptar a isso. E muitas vezes você falha. E falha mais uma vez, mesmo depois de, supostamente, ter aprendido com o erro. Mas um dia você consegue, porque você é capaz. Você sabe que é capaz.
Você já sabe também que deve ser mais compreensiva com as coisas da vida, mas isso é uma das coisas mais difíceis para você, porém isso não pode te fazer desistir de tentar. Não seja tão problemática e indecisa, a vida não é tão dura assim e você já devia saber disso. Pode relaxar e simplesmente viver, mas não deixe que a onda te leve por completo, você pode se afogar.
Essa é a essência da vida, que você ainda está aprendendo a se adaptar. Se você persistir, conseguirá agir mais certo e resolver qualquer problema. Essa menininha confusa um dia vai ser superada, e vai ficar na lembrança. Mas, talvez, em algum momento do futuro, ela volte. Não se desespere, você será mais forte do que ela.

Ela atravessou o corredor numa velocidade impressionante. Era noite e as luzes estavam desligadas, a casa adormecida. Só era possível ouvir com clareza seus próprios passos e gestos. O silêncio era a sua barreira para andar pelo corredor, mas a quebra desse silêncio numa noite como aquela era bem pior. Ela sentia o suor frio na nuca enquanto as horas passavam, sem conseguir pegar no sono.
Depois que andou todo o corredor escuro, quando finalmente chegou à cozinha, tateando o caminho a sua frente, não conseguiu sentir-se melhor. Mesmo depois de um copo de água muito gelada, que poderia ser um alívio. Naquela noite, aquilo era mais um banho gelado de realidade, que se misturava a suas ilusões de menina. Ilusão e realidade não combinam e muitas vezes isso acontecia e ela não sabia se optava em ser o que era antes do banho ou se continuava alerta. Quanto mais o tempo passava, mais a vida real caía sobre a garota. O broto, o pequeno sinal de vida, estava se confundindo com a rosa aberta e exuberante.
Algum tempo depois, ainda no escuro, lembrou que se continuasse acordada não conseguiria acordar cedo no outro dia. Mas, pela primeira vez na vida, esqueceu essa lembrança e junto ao seu devaneio, veio uma súbita vontade de esquecer de tudo o mais que a estivesse impedindo de conseguir atravessar um corredor escuro ou que a fizesse temer a realidade e os sonhos.
Finalmente, resolveu dormir, porque o sono havia chegado e disso ela não fugiria. Atravessou o corredor percorrendo o mesmo trajeto, agora com outro semblante e outra postura; entrou no quarto e ao deitar-se pensou porque ela simplesmente não acendeu as luzes da casa para que tudo se resolvesse mais rápido. Depois percebeu que não seria preciso fazer isso, porque as luzes estavam acesas dentro dela, ela só precisava enxergar isso e as coisas acabariam bem; a vida estava ali para ser vivida e não para ser planejada a cada minuto. E enquanto ria de tudo isso, era embalada em seus pensamentos por um mundo de sonhos e emoções, e sentia uma sensação gelada e agradável na boca. Assim, adormeceu.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Minha mente está bloqueada hoje; as palavras não estão saindo com facilidade, mas eu preciso desabafar...

A ficha caiu agora. Agora eu percebi que aquelas pessoas que estão conosco sempre, podem, a qualquer momento, não estar mais. E percebo muito mais que a máxima que diz: só damos valor a alguém quando o perdemos, é a pura verdade. Não que não valorizemos as pessoas que amamos e que estão aqui com a gente, mas, com certeza, um dia vemos que essa pessoa era (ou é) muito mais importante do que imaginávamos. Ainda bem que percebi isso a tempo de poder demonstrar mais tudo que sinto aos que ainda estão comigo. É muito bom poder dizer: vocês SÃO muito importantes para mim, e não: vocês FORAM muito importantes para mim.
Foi preciso algo tão triste acontecer para eu lembrar de alguém, uma pessoa que não fazia total parte da minha vida - e foi por isso que fiquei mais arrasada. Isso me fez ver que tudo pode acontecer, quando menos esperamos; se eu fiquei tão mal com algo que aconteceu com alguém distante, imagina com alguém próximo! Por isso, faça o máximo pra demonstrar o valor que você dá às pessoas que você ama. E se você não conseguir muito fazer isso, não se culpe ou se desespere por não ter conseguido, pense que ainda há tempo de valorizá-las e lembrá-las mesmo quando elas se forem e que você ainda tem a chance de se "redimir".





Ai, ai...