segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mais um "e se"

Pra ser sincero não espero de você mais do que educação e as tentativas de naturalidade. Pra ser sincero, não espero mais do que beijos sem paixão, se ainda existirem beijos algum dia. Sinceramente, não espero de você mais do que apertos de mão, mas nunca bons amigos. Nós nunca fomos amigos.
Eu não espero que você minta em relação ao que existe entre nós. Não se sinta capaz de me enganar, e não se engane... Já fiz isso por um tempo, e tentei acreditar um pouco em nós. Mas hoje sei que não existe nada, que nunca houve nada.
Nós nunca combinamos, nunca soubemos o suficiente ao nosso respeito. Não deixamos nada acontecer de verdade. Não era nem mesmo um crime, muito menos um crime perfeito.
Eu devia ter perdido a calma, revelado minha alma. Pra você não vender a sua ao diabo. Quem sabe a gente teria existido.

Um dia desses, num desses encontros casuais
Talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação.

sábado, 8 de junho de 2013

penso, logo enlouqueço

Assim como desgosto facilmente das peculiaridades das pessoas, também consigo gostar rapidamente delas. Às vezes quebrando essas primeiras impressões de desgosto, outras vezes à primeira vista mesmo.
Por isso me permiti - e me permito - viver esse novo jogo que surgiu do nada. Não sei o que sinto, e não sei bem o que sentir talvez por ser tudo diferente demais. Um lado de mim está tranquilo, vivendo aos poucos, tentando conhecer isso que chegou de repente. Mas o outro lado pensa muito e queria sentir algo maior, queria conhecer e entender o novo, rápido e profundamente, mesmo com medo dele. Porque há medo... Medo do que há de vir, medo por não saber o que sinto, e por não saber o que há exatamente do outro lado. Medo da incerteza. Tem um gosto bom nesse desconhecido, mas alguma coisa em mim torna difícil chegar mais perto. Isso deixa todo tipo de princípio, meio e fim ansiosos. 
O interessante é que pode parecer pesado e complicado, mas a parte boa é tão boa que consigo me sentir leve, apesar de tudo. O tempo vai ajudar a fazer esse "apesar" parar de pesar tanto - se der tempo de ter tempo. Mas para isso, o tempo tem que mostrar algo concreto para o tal lado pensante, porque ele quer palavras e verdades que tomem lugar dos medos.  

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Resistência

Enquanto a Lua cresce, eu também cresço? Podia ser minguante, afinal tantas vezes pareço regredir, sinto-me miúda. Noite de Lua nova servia, combinaria com meus medos de sempre. 
Só não podia ser Lua cheia... Seria completude demais. Talvez eu realmente não consiga aprender a chegar lá.

domingo, 14 de abril de 2013

Tudo ao redor parece sempre estar mudando em segundos e não consigo acompanhar a velocidade do mundo. Falta alguma coisa em mim.

Acho que Pessoa me entenderia...

É que eu sinto pensando
Ou penso sentindo?
Hoje eu sei o que é sentimento profundo, mas não sei viver só vivendo, sem refletir sobre tudo que sinto, quando sinto. Ou seja, sempre, porque eu sempre sinto. E sinto demais.
Mas eu nunca sei se realmente sinto, ou se apenas penso que sinto. Ou se há mais sentimento do que realmente existe aqui. Ou menos, vai saber.
Nunca conheço muito bem o que sinto, o que penso, o que sou. Nunca entendo. E tenho ânsia por entender, desvendar tudo dentro e fora de mim. Pensar sobre tudo, racionalizar impulsos... tentar ser racional e controlada, enquanto sinto impulsivamente. Ou enquanto apenas sinto uma batida não tão forte no coração, mas um pouquinho diferente do normal.

Gato que brincas na rua 
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama. 
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes. 
És feliz porque és assim.
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
(Fernando Pessoa)

sábado, 19 de janeiro de 2013

"It's so lonely when you don't even know yourself"

Faz tempo que não paro para me observar devidamente. Reflexões surgem a todo momento, enquanto ando de um cômodo a outro, enquanto atravesso a rua... Quando tomo um café, leio um texto desses que mexem com o pensamento, ou ainda enquanto tomo banho. Enfim, relances reflexivos aparecem a qualquer hora, no dia a dia... Mas são apenas pensamentos vagos, inconclusivos e confusos. Estou confusa. Alguma coisa se perdeu em mim e deve ser por isso que nunca me encontro no meio dessa bagunça diária. Já não sei me caracterizar. Ou nunca soube.
Minha mãe encontrou algo que escrevi quando pequena, alguns adjetivos que me ilustravam perfeitamente - na realidade não sei se eu me via exatamente daquela forma; era como todos me viam (como ainda sou vista muitas vezes)... "Perfeccionista", "gulosa", "curiosa", "preocupada demais para minha idade"... Não me lembro de todas as qualidades descritas, apenas de "carinhosa", e sei que isso já não sou. Hoje ainda guardo algumas dessas ideias cristalizadas de mim, mas sei que sou muito além disso. Só não descobri o que esse "muito além" significa exatamente. E isso é angustiante.
Sou uma pilha de papéis, teorias, perguntas sem respostas, medo e insegurança, impulsos e tentativas de racionalidade... Sou uma tentativa de resgate da minha antiga sensatez - daquele antigo ensaio de uma perfeição racional constante - e ao mesmo tempo uma tentativa de voo livre. Sou uma tentativa de busca por um futuro concreto, mas sem iniciativa, sem coragem e/ou disposição suficiente - não sei muito bem qual das duas opções. É que, talvez ninguém perceba, mas eu sou um presente inconsistente. E todo mundo sabe que o amanhã é uma coisa ainda mais incerta. Então eu apenas tento concretizar tudo. Ou finjo que tento.

Pensando bem, analisar a si mesmo talvez não seja o melhor a fazer... É difícil, a gente não chega a nada. No fim das contas, continuo com minhas reflexões vagas, inconclusivas e confusas. Volto para o mesmo lugar.

Queria que alguém me falasse que isso tudo é uma bobagem. Lá no fundo, uma voz tenta me acalmar, mas nem sempre dá certo.

"It's hard to believe that there's nobody out there.
It's hard to believe that I'm all alone."

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Minha metralhadora cheia de mágoas...

Eu preciso escrever. Pra tentar respirar melhor. Pra ver se meu coração volta a bater normalmente... 
Talvez não dê certo. Não sei de nada agora. Só sei que quero ficar de fora, esperar o veneno correr, destilar, evaporar na veia dos outros, mas não na minha. Dessa vez vou fingir que o que os olhos não veem, o coração realmente não sente. Depois eu volto, como sempre. As coisas vão estar diferentes, dentro e fora de mim, e talvez eu veja mais claramente que eu devia ter ficado mais tempo longe, que eu devo ficar de fora pra sempre. Que eu devia ter ficado de fora desde sempre. Pra falar a verdade, eu nunca estive realmente tão perto. E pra falar a verdade, não sei porque quis estar perto. Pra ser envenenada?


Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta...